(ou... o futuro pertence aos idiotas).
É mais velho que o mundo: quando um homem enxerga além dos outros, é chamado de visionário – to say little. Louco! Estúpido! Sonhador! Os teóricos aparecem com 300 razões para não se levar em conta o pensamento de alguém que desbanca o status quo, o main stream, a teoria regente. E às vezes é tudo tão óbvio...
Se lembra quando a terra era quadrada e terminava num abismo com monstros marinhos? Oras...Qualquer um sabia que era assim. Era só chegar na praia e observar...O horizonte é uma linha reta! Logicamente não há nada além dele. Como não há nada além do céu. O Sol é uma estrela quente que gira em torno da terra para gerar dias para trabalhar, noites para descansar. Dias para guerrear. Noites para festejar. Pretty obvious. E a primeira pessoa que disse que é a terra que gira em torno do sol morreu numa fogueira da inquisição. HEREGE!!!!
Os hereges de hoje são queimados na fogueira das revistas científicas. Na fogueira dos teóricos e dos cegos. A ciência – ou os cientistas teóricos com viseiras – tornou-se a igreja de antigamente. Eles estão aí para dizer para qualquer louco que ele devia trabalhar no circo e não se meter onde todo mundo sabe tudo. Deuses...Deuses que pregam o monoteísmo...a monociência, a monovisão. Que riem e torturam com falta de verba os hereges que ousam discordar do grande deus.
Hoje a Folha de São Paulo traz um delicioso exemplo disso. Um holandês com cara de botequeiro-jogador-de-video-game, resolveu irritar os produtores de nanotubos usados na informática para produção de chips e descobriu o futuro (sim...o futuro além de Bill Gates ou do i-pod). Quando perguntado porque ele investiu nessa idéia, a reposta infantil dele mostrou que delicioso e divertido é enxergar além do alcance: “despeito!”(hahahahahha)
Por puro despeito e vontade de irritar, ele juntou seus alunos e colegas para descobrir o impossível: o grafeno. Uma folha de dimensões nanoscópicas (um nanômetro é um milionésimo de milímetro) composta só de átomos de carbono com propriedades mágicas.
Provavelmente, o GRAFENO será o substituto absoluto do silício (já que é estável como o silício não é), criando computadores e eletrônicos que não desligam nunca...trazendo o futuro inimaginável para a nossa vida diária.
Se você se perguntava como entraria online , ou como viveria sem caixa automático, luz, ou televisão, na vida pós-apocalipse, seus problemas acabaram! Pelo menos os meus, sim!
Esse doido visionário, já foi queimado na fogueira da ciência uma vez, recebendo o vexaminoso prêmio: IG NOBEL, por ter feito experimentos com imãs para levitar um sapo. E sim...Ele conseguiu levitar o sapo! Pra mim é muito óbvio...Até porque eu, como você, sei e nasci sabendo que o impulso magnético de ímãs de pólos opostos, gera uma energia que pode ser a única solução de combustível no futuro. Um combustível sem fim...Que pode suportar viagens intergalácticas, ou a total falta de combustíveis naturais num futuro bem próximo, além de levitar um sapo.
André Geim para mim podia ser chamado de “salvador da humanidade”, mas por enquanto para a comunidade científica ele não passa de uma criança irritante. Só que esta criança irritante e seus colegas acabaram de observar no grafeno um fenômeno que só era possível (pensaram errado de novo) na evaporação do buraco negro: o paradoxo de Klein. (elétrons atravessam barreiras teoricamente intransponíveis como se elas fossem transparentes).
Ora ora ora...Mais um herege mudando de posto. Geim, com um Ig Nobel, será com certeza o próximo NOBEL da física!
E o que isso tem a ver com a sua vidinha cotidiana? Aguarde e verás...Depois do Grafeno, e assim que ele sair do papel para o vale do silício (vale do grafite?) e acabar no seu computador, no seu celular, no seu carro, na sua TV, nos interruptores da sua casa...A sua vida nunca mais será a mesma.
E eu festejo!
Porque há limites nesse mundinho que não cabem na minha cabeça e a quebra deles me parece óbvia demais...Pena que eu nasci romântica, escritora, fanática pela arte e pela beleza, sem o menor talento para matemática...Embora meu olho para o óbvio da física sempre me atormentasse.
Ainda bem que nasceu alguém que enxerga o que eu vejo, e não sei mostrar...E que não vê o universo de dentro da janelinha segura da “igreja científica”...mas com olhos de thunder cat!
Estamos salvos!