O Bandido do Trem
Quem me conhece diria que isso nem aconteceu. Mas foi assim:
2010 foi o ano em que alguém se atravessou nos trilhos e meu trenzinho perdeu o rumo.
Ele pronunciou uma frase, uma só, e os vagões todos rolaram montanha abaixo.
Depois, o fora-da-lei apareceu diante dos meus olhos e eu já nem lembrava que tinha um trem para pilotar.
Foi assim...
O tempo passou...eu tive que me recompor querendo ou não - juro que eu nem queria -, os vagões voltaram para os trilhos meio amassados, meio prejudicados, mas um pouco de lenha, um pouco de força e eu retomei o caminho.
O problema é que a paisagem mudou. Depois do acidente, as montanhas já não pareciam tão altas, nem as pontes tão longas, e meu trenzinho passava por elas procurando alguma coisa que não estava lá.
E mais tempo passou. Mesmo assim, os olhos do ladrão de trens ainda estão impressos aqui.
Não só os olhos.
Existe uma coisa sobre bandidos: eles se vão, mas seus nomes ficam marcados. Nascem as lendas, os cartazes de "procura-se", as histórias aumentadas sobre o incidente. Não há vítima que se recomponha totalmente.
Sempre, para sempre, os olhos do bandido vão estar presentes nos momentos de silêncio ou nas noites mais escuras. Algumas vítimas fantasiam sua volta. Outras sonham seguir com ele em suas aventuras. Loucos!
Dizem que ele nem é mais o bandido que era. Dizem que anda por aí mudado, com outro rosto e outro chapéu. O que eu sei é que muito mais tempo ainda vai passar e, de tempos em tempos, vou imaginá-lo parado nos trilhos. E sonhar.
Outro dia ouvi um boato de que o bandido tem um amor secreto -- notícia divulgada pelas mulheres da cidade, curiosas, intrigadas. Pensei na sorte daquela que abre a porta para ele depois de cada crime, e a invejei. Também quis escondê-lo, alimentá-lo, ser sua cúmplice, fazer amor com ele, vê-lo partir durante a noite e esperá-lo voltar um dia, quando ele quiser, quando ele precisar. Quis entregar meu trem e seus tesouros, e sair dos trilhos outra vez.
Ou todos os dias.
Ou para sempre.
É assim que é.
Ele pronunciou uma frase, uma só, e os vagões todos rolaram montanha abaixo.
Depois, o fora-da-lei apareceu diante dos meus olhos e eu já nem lembrava que tinha um trem para pilotar.
Foi assim...
O tempo passou...eu tive que me recompor querendo ou não - juro que eu nem queria -, os vagões voltaram para os trilhos meio amassados, meio prejudicados, mas um pouco de lenha, um pouco de força e eu retomei o caminho.
O problema é que a paisagem mudou. Depois do acidente, as montanhas já não pareciam tão altas, nem as pontes tão longas, e meu trenzinho passava por elas procurando alguma coisa que não estava lá.
E mais tempo passou. Mesmo assim, os olhos do ladrão de trens ainda estão impressos aqui.
Não só os olhos.
Existe uma coisa sobre bandidos: eles se vão, mas seus nomes ficam marcados. Nascem as lendas, os cartazes de "procura-se", as histórias aumentadas sobre o incidente. Não há vítima que se recomponha totalmente.
Sempre, para sempre, os olhos do bandido vão estar presentes nos momentos de silêncio ou nas noites mais escuras. Algumas vítimas fantasiam sua volta. Outras sonham seguir com ele em suas aventuras. Loucos!
Dizem que ele nem é mais o bandido que era. Dizem que anda por aí mudado, com outro rosto e outro chapéu. O que eu sei é que muito mais tempo ainda vai passar e, de tempos em tempos, vou imaginá-lo parado nos trilhos. E sonhar.
Outro dia ouvi um boato de que o bandido tem um amor secreto -- notícia divulgada pelas mulheres da cidade, curiosas, intrigadas. Pensei na sorte daquela que abre a porta para ele depois de cada crime, e a invejei. Também quis escondê-lo, alimentá-lo, ser sua cúmplice, fazer amor com ele, vê-lo partir durante a noite e esperá-lo voltar um dia, quando ele quiser, quando ele precisar. Quis entregar meu trem e seus tesouros, e sair dos trilhos outra vez.
Ou todos os dias.
Ou para sempre.
É assim que é.
4 comentários:
ai ai... to com uma penitenciaria particular de bandidos...
eu vejo sinais, mas duvido deles...
eu fecho meus olhos, mas só vejo memórias...
o tempo passa, e as respostas não vêm...
O tempo passa, e você perde o trem.
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